Os profetas bíblicos foram personagens chamados por Deus cuja função era lembrar as pessoas de seu tempo os compromissos assumidos com o Senhor, sejam elas pessoas comuns do povo para o cumprimento da Aliança com o Senhor, sejam líderes cuja função era zelar pelo Bem comum. A denuncia contundente dos Profetas se dirigia especialmente àqueles […]
7/06/2011
Os profetas bíblicos foram personagens chamados por Deus cuja função era lembrar as pessoas de seu tempo os compromissos assumidos com o Senhor, sejam elas pessoas comuns do povo para o cumprimento da Aliança com o Senhor, sejam líderes cuja função era zelar pelo Bem comum. A denuncia contundente dos Profetas se dirigia especialmente àqueles que deveriam apascentar o Povo, mas que se auto apascentavam. Muitos Profetas foram vistos como loucos não bem quistos por seus familiares e até mesmo taxados como contrários à nação devido as denunciam que exerciam.
Bem dizia Hegel, filósofo do século XVIII, que a História acontece numa elipse, mudam os personagens, mas o enredo continua o mesmo; a História acontece com nova roupagem, mas os fatos são os mesmos. Assim, como no passado, algo semelhante ocorre também nos dias de hoje. O exercício do governo deveria ser vocação para o Bem comum, preocupação com os indivíduos de uma cidade e passa a ser realização de interesses pessoais ou de um restrito grupo de indivíduos. Será que para alguém ter governabilidade são precisas tantas tramoias e falcatruas com o Bem comum?
A cada dia o descrédito à classe política toma conta do cidadão campineiro. Se torna tão corriqueiro ouvir falar em desvio de dinheiro público, contratos com gordas propinas ou ainda, pagamentos ilícitos que autorizam construções ilegais. A falta de lisura com o Bem público parece não ter fim. A cada semana surgem novos escândalos ligados à má-governança e à corrupção, seja em nível nacional, seja em nível municipal.
Se por um lado o 4º poder, a imprensa, assume uma postura investigativa, de voz da verdade, por vezes inquestionável, por outro não sabemos até que onde há o compromisso desses Meios de Comunicação com a verdade e onde começa o discurso corroborando em lobby para que outros partidos políticos se beneficiem com as futuras eleições municipais. A pergunta que não quer calar é: Porque todas essas falcatruas envolvendo a alta cúpula do Executivo campineiro não apareceram antes?
Nesse sentido, a decisão do Ministério das Comunicações em barrar parlamentares de serem donos/sócios de empresas de telecomunicação é até certo ponto válida; porém, ainda limitada e falível, pois, ainda é possível esses mesmos parlamentares tenham “laranjas” à frente dessas empresas manipulando as notícias de acordo com seus interesses.
Não quero ser idealista como os Profetas bíblicos, ao sonhar uma classe política pura, isenta e sempre preocupada com os interesses do Bem comum, mas fica difícil manter a autoestima de nosso povo elevada, não ter asco quando o assunto é política municipal e não ter ojeriza à classe política quando “primeiro os que mais precisam” são os interesses e contas bancárias daqueles que deveriam primeiro zelar e proteger nosso povo dando saúde, educação, trabalho, segurança, transporte e qualidade de vida a todos.
Pe. Victor Silva Almeida Filho
Vigário paroquial da Paróquia Divino Salvador
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