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Homilia do Domingo de Ramos

  Prezados irmãos e irmãs que rezam conosco neste momento! Iniciamos a Semana Santa com a celebração do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor. São essas duas antiquíssimas tradições da Igreja que reúnem, numa só celebração, a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, reconhecendo-o como o Filho de Davi, como aquele que vem […]

5/04/2020

 

Prezados irmãos e irmãs que rezam conosco neste momento!

Iniciamos a Semana Santa com a celebração do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor. São essas duas antiquíssimas tradições da Igreja que reúnem, numa só celebração, a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, reconhecendo-o como o Filho de Davi, como aquele que vem em nome do Senhor, e também a celebração da sua entrega na cruz, por obediência ao projeto de amor do Pai que Ele veio nos transmitir: libertar-nos do pecado e oferecer-nos vida nova.

» ATENÇÃO: Clique aqui e assista ao vídeo da missa celebrada na manhã deste domingo nas redes sociais

A primeira leitura prefigura os últimos acontecimentos da vida de Jesus, na pessoa do Servo Sofredor, do Profeta Isaías. Servo fiel, cumpridor de sua missão de anunciar a vontade do Senhor (deu-me língua adestrada para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida) e de ouvir os apelos do povo de Deus (me excita o ouvido para prestar atenção como um discípulo).

Pois bem, esse servo foi obediente e sofreu maus tratos, injustiças, violência, em consequência de sua fidelidade (Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba). Diante do sofrimento, ele foi perseverante e não deixou de confiar em Deus; tinha a certeza de Sua presença junto d´Ele (Mas o Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo).

E quem é esse servo? A Igreja releu essa passagem de Isaías à luz da morte e ressurreição de Jesus. Esse servo é Jesus Cristo, que, como diz Paulo, (humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz) e (existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens).

A morte de Jesus, celebrada hoje na Liturgia, aponta-nos para Sua fidelidade ao Pai, para Seu amor à missão que devia desempenhar, para sua firmeza na fé e para sua confiança na presença de Deus que, embora não o tenha livrado do sofrimento e da morte, não O abandonou.Prezados irmãos e irmãs, nesses textos, hoje, Deus mesmo fala conosco. Vivemos um momento delicado de nossa história, vítimas que estamos da pandemia de um vírus. Arrisco-me a dizer-lhes que estamos na condição de “servos sofredores”, vivendo um calvário de sofrimentos.

Somos atormentados pelo medo, pela angústia, pela tristeza, pela incerteza; sofremos pelas pessoas que morreram, que estão contaminadas, que sofrem nos hospitais; angustiamo-nos pelo isolamento social, pela dor de, neste momento, não podermos mais nos encontrar como família, como irmãos na fé.

Ainda assim, nosso pensamento e nossas orações, neste dia, se voltam para Jesus, o Filho de Deus. Sofremos, sim, mas não podemos desanimar. Temos que confiar em Deus, sempre. Ele está conosco nesta luta. Precisamos guardar a esperança de que, em breve, tudo isso vai passar. E, como da morte brota a ressurreição, dessa situação nascerá um mundo novo, um mundo melhor, mais humano, mais justo, mais solidário, com menos violência, menos pobreza, menos prepotência, sem discriminação.

Diante de tal ameaça, percebemos que somos todos iguais e temos as mesmas fraquezas. Talvez seja essa ocasião propícia para repensarmos o sentido de nossa vida, os valores que cultivamos, nossa relação com Deus, com a Igreja, com as pessoas, com a família. Dinheiro, poder, orgulho, ganância não nos impedem de sermos contagiados. Tudo o que estamos vivendo é um exercício à humildade. É tempo favorável para colocarmos a nossa confiança nas coisas eternas.

Que a Liturgia de hoje nos ajude a aclamar Jesus como nosso Rei, nosso Libertador. E sejam nossos ramos a expressão de nossa fé e de nossa confiança de que, nEle, a morte foi vencida. E ainda que passemos pela dor deste momento, não nos esqueçamos de que, se fomos batizados, morremos com Ele, e com Ele ressuscitaremos. Que assim seja!

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